29 de set. de 2010

Conjuntura da Semana

Conjuntura da Semana - Campanha 10:10:10 e o 'Tempo para a Criação'

A análise da conjuntura da semana é uma (re)leitura das 'Notícias do Dia' publicadas, diariamente, no sítio do IHU. A análise é elaborada, em fina sintonia com o Instituto Humanitas Unisinos - IHU, pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores - CEPAT - com sede em Curitiba, PR, parceiro estratégico do Instituto Humanitas Unisinos - IHU.
Sumário:
Campanha 10:10:10 e o "Tempo para a Criação"
Campanha 10:10:10 contra a mudança climática
Campanha 10:10:10 e o Tempo para a Criação
Faça a sua parte
Começar por cima – comprometer os líderes mundiais
Muitos já estão fazendo a sua parte. Iniciativas do local ao global
Carro e planeta sustentável não combinam
Dieta do clima. Menos carne, menos CO2
Slow food. Alimento bom, limpo e justo
Agroecologia
Ecoblogueiros... Transformar o mundo pela atitude
'Viver Bem'. Uma concepção diferente de vida
Resistência aos megaprojetos
Eis a análise.
Campanha 10:10:10 contra a mudança climática
Em um dia, qual é a sua "contribuição" para a emissão mundial de CO2 e, assim, para as mudanças climáticas? Para reverter esse quadro, você se comprometeria em reduzir 10% do seu consumo de carbono? Essa é a proposta da campanha mundial 10:10:10, que visa transformar o dia 10 de outubro de 2010 na data com o maior número de ações positivas contra as mudanças climáticas da história.
A mudança climática é uma realidade que vem se impondo com força sempre maior, assim como o reconhecimento – hoje com cada vez menos objetores – da sua relação com a intervenção humana na Terra. Simultaneamente, cresce a consciência – e as práticas – de que isso não é uma fatalidade. Pelo contrário. Como costuma repetir o filósofo e sociólogo francês Edgar Morin, "lá onde cresce o perigo, cresce a luta pela salvação".
"O impacto das mudanças climáticas sobre o meio ambiente, a biodiversidade, a saúde e a segurança dos seres humanos se tornarão sempre mais graves se as emissões de gás de efeito estufa não forem imediatamente reduzidas" reflete a Julia Marton-Lefèbre, em entrevista especial à IHU On-Line. Mas, alerta a diretora-geral da União Internacional pela Conservação da Natureza – UIC –, que reúne governos, ONGs e cientistas, "a natureza também está em condições de nos fornecer utensílios poderosos para lutar contra a mudança climática".
A campanha 10:10:10 parte desta constatação. A aproximação do perigo que a mudança climática pode representar para a vida na Terra é, por outro lado, momento propício – o kairós – para a ação. A vida tem o instinto de se manter viva. E há "utensílios" que podem ser aproveitados para a "salvação" da vida. Evitar que isso aconteça é sinal de responsabilidade para com toda a criação.
A campanha é a conjunção de, ao menos, três campanhas de alcance mundial. A campanha 10:10 Global (www.1010global.org) surgiu em 2009 na Inglaterra com a Franny Armstrong, diretora do filme A Era da Estupidez, sucesso de bilheteria sobre as mudanças climáticas. A campanha foi lançada oficialmente em setembro de 2009 e atraiu a adesão de milhares de pessoas, empresas, escolas e organizações. Atualmente, a campanha conta com a participação de mais de quase 100 mil pessoas, milhares de empresas e líderes de todo o mundo, que se comprometeram em reduzir em 10% a sua emissão de gás carbônico.
Este ano, a campanha ganhou a adesão de outra ação mobilizadora, a "350", também conhecida como Dia Global de Soluções Climáticas. A 350.org busca soluções para a crise climática a partir de uma conscientização em torno das 350 partes por milhão de CO2, taxa que, se for superada, segundo os cientistas, acelerará ainda mais os danos causados pelo aquecimento global, que já são visíveis. No dia 10 de outubro de 2009, a 350.org coordenou mais de 5.200 marchas e manifestações simultâneas em 181 países, naquilo que a CNN chamou de "o mais abrangente dia de ação política na história do planeta".
Esta parceria, junto com outras organizações ambientais, veio para colocar como marco das ações da campanha o dia 10 de outubro de 2010 (por isso 10:10:10). Esse será o dia da maior mobilização local contra as mudanças climáticas em todo o mundo. Assim, uma rede internacional de campanhas 10:10 estará em movimento nessa data, reunindo pessoas e organizações de todo o mundo para cortar em 10% as suas emissões de CO2 em um ano.
Campanha 10:10:10 e o Tempo  para a Criação
Como se já não bastasse, em 2010 a campanha ainda recebeu a adesão do Conselho Mundial de Igrejas. Em setembro de 1989, o patriarca ecumênico Dimitrios I, já falecido, iniciou a tradição anual de orar pelo meio ambiente. Assim, a cada ano, de 1 de setembro – primeiro dia do ano da Igreja Ortodoxa – a 4 de outubro – dia de São Francisco de Assis, na tradição católica – as igrejas são chamadas a participar do chamado Tempo para a Criação, tempo de reflexão e de oração pela natureza.
O "Tempo para a Criação" é um período privilegiado para que as Igrejas reflitam e rezem pela proteção do meio ambiente "como Criação divina e herança compartilhada", nas palavras do Patriarca Ecumênico da Igreja Ortodoxa, Bartolomeu I.
O tema do "Tempo para a Criação" deste ano, "Criação florescente: Um momento para a celebração e o cuidado", também está relacionado ao Ano Internacional da Biodiversidade, da ONU.
Este ano, excepcionalmente, o "Tempo para a Criação" irá encerrar no dia 10 de outubro, para se unir à campanha 10:10:10 com orações, vigílias e ações concretas.
Atualmente, a data é reconhecida por ortodoxos, protestantes e católicos. Dentro desse espírito ecumênico, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU – e o CEPAT também se somaram à campanha 10:10:10 com ações concretas. Com vistas a fomentar a conscientização e reflexão sobre o "Tempo para a Criação", a IHU On-line publicou e continuará a publicar diversos materiais nas Notícias do Dia, nas Entrevistas do Dia e no blog. A Revista IHU On-Line de 04 de outubro abordará esta temática, e o gesto concreto será o de que esta edição não terá versão impressa. Além disso, será desenvolvido pelo IHU amplo programa de debates e ações até o dia 10-10-10 que será divulgado na próxima edição da Revista.
De 5 de setembro até 10 de outubro, sempre aos domingos, são publicados textos de autoria do reverendo anglicano inglês Keith D. Innes, membro do Churches Together in Britain and Ireland, órgão ecumênico que reúne diversas Igrejas cristãs dos dois países. São reflexões sobre as principais leituras das celebrações dominicais do Lecionário Comum das Igrejas cristãs.
As reflexões desse período serão as seguintes:
Semana 1: 5 de setembro
Soberania de Deus, responsabilidade humana
Semana 2: 12 de setembro
A comunidade de toda a criação
Semana 3: 19 de setembro
As consequências da ganância e da injustiça
Semana 4: 26 de setembro
O amor ao dinheiro e suas consequências
Semana 5: 04 de outubro
Dia de São Francisco - Colheita de Ação de Graças
Faça a sua parte
A campanha 10:10:10 assenta sobre a divisa "pensar globalmente, agir localmente". Assim, mesmo problemas que afetam a Terra inteira podem ser enfrentados a partir de ações locais. A campanha aposta na capacidade de tomar iniciativas, modificar práticas e hábitos e não na impotência. Significa um politizar as atitudes e o cotidiano.
Quando Franny Armstrong pensou na campanha 10:10, no contexto dos debates sobre Clima e Energia, teve presente duas coisas. O relatório de Segurança Climática avaliou que um corte de 10% nas emissões dos países desenvolvidos em 2010 era o tipo de objetivo que poderia ajudar a maximizar a possibilidade de evitar uma catástrofe climática. E, em um artigo recente, o ambientalista britânico George Monbiot havia exposto o tipo de medidas necessárias para alcançar esse tipo de cortes rápidos nas emissões de carbono. Além disso, os 10% em 2010 também pareciam ser um objetivo bem mais tangível do que os distantes 80% até 2050, defendidos por alguns políticos europeus.
Segundo Julia Marton-Lefèbre, "cabe a cada um adotar gestos ecológicos no cotidiano...". E é isso que já está acontecendo pelo mundo afora e que será reforçado com a campanha 10:10:10. Uma série de iniciativas estão sendo organizadas ao redor do mundo. São propostas assumidas por grupos e indivíduos, que serão realizadas no dia 10:10:10 ou ao longo de um ano, a partir dessa data, como forma de combater as mudanças climáticas. Veja também os 20 gestos concretos em torno da proteção da Criação que podem ser realizados em nosso cotidiano para ajudar o meio ambiente e reduzir o nosso consumo de carbono e emissão de CO2.
Começar por cima – comprometer os líderes mundiais
"Cabe a cada um adotar gestos ecológicos no cotidiano e incitar os governos e as empresas a fazer da preservação da biodiversidade uma prioridade maior", incita Julia Marton-Lefèbre.
Esta campanha tem a vantagem de trabalhar não apenas no nível pessoal, local, por mais importante que isso possa ser. Há quem critique as ações nesse nível, e com razão, quando desvinculadas do contexto mais amplo. Entretanto, é de se considerar que a consciência ecológica não nasceu entre os políticos nem no mundo dos negócios. Pelo contrário, nasceu da iniciativa da sociedade civil. Por isso, concomitantemente, trata-se também de incitar os líderes mundiais – econômicos e políticos – a também implementarem políticas com vistas à redução do consumo de carbono e emissão de CO2.
Por uma feliz coincidência, o dia 10 de outubro de 2010 está a exatas 10 semanas do encontro dos políticos do mundo inteiro, que se reúnem novamente no México para tentar finalizar o acordo climático que não foi alcançado em Copenhague. Por isso, uma das campanhas que compõem o mosaico de ações do 10:10:10 é a Começar por cima. O abaixo-assinado pede que os líderes mundiais incentivem a instalação de painéis solares em seus países até o dia 10:10:10 e que assumam um real compromisso para criar políticas que possam fomentar o uso de energias limpas.
O presidente Mohamed Nasheed, das Maldivas, e a presidente Pratibha Patil, da Índia, por exemplo, já se comprometeram com a proposta. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por sua vez, perdeu uma ótima oportunidade para aderira à campanha. Algumas semanas depois de destinar US$ 2 bilhões para novas pesquisas com energia solar, decidiu vetar a instalação de painéis solares no teto da Casa Branca.
Também há um abaixo-assinado dirigido especificamente ao presidente Lula, convocando-o a instalar painéis solares nos telhados do Palácio da Alvorada e a criar uma legislação que possibilite que os brasileiros ajudem na construção de um "futuro de energias limpas".
Em sua versão brasileira, o pedido é claro e explícito:
Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a hora de agir em relação à crise climática.
No dia 10/10/10, milhares de comunidades de todo o mundo irão se juntar para celebrar soluções pelo clima. Por todo o mundo, vamos colocar painéis solares, instalar turbinas eólicas, criar jardins comunitários e muitas outras coisas.
Quer juntar-se a nós? Instale painéis solares nos telhados do Palácio da Alvorada, e depois crie uma legislação que torne possível a toda a gente no país juntar-se ao senhor num futuro de energias limpas. Precisamos da sua ação simbólica – e depois de ação de verdade.
Observe-se que o Palácio da Alvorada passou recentemente por uma milionária reforma que simplesmente "esqueceu" deste "detalhe".
A crescente receptividade da campanha mostra que as pessoas estão sedentas de participação e querem de alguma maneira mostrar que todos podem se envolver localmente para fazer frente a uma questão global.
Muitos já estão fazendo a sua parte
Iniciativas do local ao global
Em consonância com as campanhas 10:10:10, Tempo para a Criação e 350.org muitos já estão fazendo a sua parte faz algum tempo. Há vários movimentos na sociedade mundial em busca de outro paradigma civilizatório. Um paradigma que seja sustentável com a natureza e as necessidades humanas presentes e futuras.
Particularmente no que concerne ao esforço em reduzir a pressão sobre os recursos naturais e mitigar a emissão de poluentes há várias iniciativas em curso na sociedade mundial. Todas elas têm em comum o fato de que buscam formas alternativas de vida, de produção, de organização e atuação política. Surgem por iniciativa de um grupo de pessoas, caracterizam-se como ações "locais", mas pretendem que se tornem práticas e/ou políticas de caráter global.
Dentre as várias iniciativas que estão em sintonia com o espírito das campanhas descritas destacamos os movimentos: Dia mundial sem carro, Segunda-feira sem carne ou dieta do clima, Slow Food, Agroecologia, ecoblogueiros, Vivem Bem, e o amplo movimento da Economia Solidária.
Carro e planeta sustentável não combinam
O carro tornou-se um produto de bem-estar da maioria dos habitantes do mundo. As pessoas já não sabem viver sem o carro e o seu uso generalizado e indiscriminado se tornou uma ameaça para o futuro do planeta. Erigimos o 'Império do automóvel' e agora - da prometida sociedade do bem-estar -, ele, o carro, nos empurra para um crescente mal-estar: dependência, poluição do ar, acidentes, barulho, engarrafamentos. A mobilidade prometida pelo carro aos indivíduos se tornou fonte de angústia, estresse e sofrimento. O mais grave de tudo, porém, é que o carro é hoje o maior responsável pela emissão de CO2 e, portanto, incompatível com a sustentabilidade do planeta.
Para se contrapor a lógica irracional do uso crescente do carro surgiu a Campanha Dia mundial sem carro. O movimento surgiu na França, no final dos anos 90, e chegou ao Brasil em 2001. Desde então vem se espalhando pelo mundo, ganhando a cada edição mais adesões nos cinco continentes. O movimento propõe deixar o carro em casa e se deslocar – para o trabalho ou para qualquer outra atividade – utilizando formas alternativas de transporte com menor impacto ambiental, como o transporte coletivo, a bicicleta ou mesmo indo a pé. O movimento questiona os gigantescos problemas causados pelo uso intenso de automóveis como forma de deslocamento, sobretudo nos grandes centros urbanos, e sugere um convite ao uso de meios de transporte sustentáveis - entre os quais se destaca a bicicleta.
A proposta do Dia Mundial Sem Carro é que as pessoas deem três passos simples:
Passem um dia sem carro;
Observem de perto o que acontece em sua cidade nesse dia;
Reflitam pública e coletivamente sobre o que mudou e o que pode ser feito a partir de então.
Para quem deseja conhecer mais sobre a iniciativa remetemos para a leitura da revista IHU On-Line nº 116 – Na Cidade sem meu carro.
Dieta do clima. Menos carne, menos CO2
Outra iniciativa que vem ganhando adesões para se contrapor ao aquecimento global é a dieta do clima ou também conhecida como segunda-feira sem carne. A criação intensiva de gado desmata e causa poluição na água e no ar. Segundo um estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as emissões de gases de efeito-estufa – como o dióxido de carbono, o metano e o óxido de nitrato – associadas à cadeia de produção da carne representam um quinto das emissões totais mundiais. Cerca de 18% das emissões provêm do desmatamento para a criação de pastagens, do transporte da carne, do processamento industrial do alimento e do sistema digestivo dos bovinos.
Há evidências de que a destruição da floresta está associada ao ciclo da produção da carne bovina. Segundo especialistas, para destruir a floresta basta almoçar. João Meirelles do Instituto Peabiru afirma: "Na hora em que o garfo bate na boca, você está destruindo a floresta. De cada três bifes consumidos um vem da Amazônia e quem os consome são tanto os moradores da região (cerca de 10%) como os brasileiros de outras regiões (cerca de 80%)". A substituição das florestas por pastos contribui ainda para o aquecimento global.
Um estudo feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostra que o desmatamento segue a flutuação do mercado de commodities, especialmente carne e soja. A queda do preço nos últimos anos teria ajudado a controlar a derrubada nos últimos três anos. Da mesma forma, a recuperação do mercado teria impulsionado a retomada do desmate.
O avanço do desmatamento na Amazônia segue uma lógica. Segundo Tatiana de Carvalho a pecuária vai na frente, coloca um, dois bois a cada dois hectares e, uma vez que a propriedade é estabelecida, o seu dono já vende a posse para um agricultor. Têm-se aí o ciclo do desmatamento.
Na opinião do biólogo Sérgio Greif, a carne é responsável por grande impacto ambiental. Segundo ele, "áreas naturais (florestas, matas, cerrados, campinas etc.) precisam ser devastadas para a abertura de pastos. Muitas pessoas associam a devastação nas florestas tropicais ao corte de madeira. Na verdade, a contribuição das madeireiras para essa devastação nem se compara à devastação causada pela pecuária, pois as madeireiras selecionam apenas as árvores que interessam para o corte. Já o pecuarista precisa se livrar das árvores indiscriminadamente", diz ele.
"O nosso consumo de carne é um risco para a estabilidade do clima", afirma Jeremy Rifkin. Segundo ele, "a primeira causa do incremento humano do efeito estufa é devida ao setor das construções, isto é, casas e escritórios. A terceira são os transportes. Sabe qual é a segunda? O complexo da produção necessária para sustentar aquela gigantesca máquina poluente constituída pela pecuária: os nossos consumos de carne são o segundo fator de risco para a estabilidade do clima", afirma.
Segundo Rifkin, 24% da superfície terrestre é ocupada por bovinos que contribuem para o acelerado desmatamento e consome uma quantidade de cereais suficiente para matar a fome de centenas de milhões de pessoas". O pesquisador americano destaca que "no decurso da própria vida, o americano médio come sete novilhos de seiscentos quilos. Chegou agora o momento de reconsiderar o estilo alimentar".
A produção de um único quilo de carne bovina demanda o gasto de 15 quilos de grãos e 30 quilos de forragem. Por último, mas não menos importante, há a questão da flatulência. O principal gás expelido pelos extensos rebanhos mundiais é o metano — um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.
Logo, os hábitos alimentares modernos — calcados numa dieta muito rica em carne vermelha — têm um impacto significativo no aquecimento do planeta. É o que revela um estudo realizado por especialistas da Agência de Impacto Ambiental da Holanda. O estudo afirma que se a população mundial passar a seguir uma dieta pobre em carne vermelha – a chamada dieta do clima – definida como 70 gramas de carne bovina e 325 gramas de frango e ovos por semana – cerca de 15 milhões de quilômetros quadrados de área ocupada pela criação de animais seria liberada para vegetação. As emissões de gases do efeito estufa seriam reduzidas em 10% com a queda do número de animais. Juntos, esses impactos reduziriam em 50% os custos do combate às mudanças climáticas em 2050.
É a partir da reflexão anterior que cresce em todo o mundo a Campanha Segunda-feira sem carne. A Campanha ficou conhecida no mundo por ser uma das bandeiras levantadas pelo ex-Beatle Paul McCartney. Conhecido por defender o vegetarianismo como uma das formas de amenizarmos as consequencias do aquecimento global.
Slow food. Alimento bom, limpo e justo
Outro movimento que questiona os padrões de industrialização da alimentação que requerem muita energia e pressionam os recursos naturais é o movimento slow food. Comer com prazer, defender tradições e a agricultura regional, proteger a biodiversidade. São alguns princípios de um movimento que surgiu na Itália, na década de 80, e ganha cada vez mais adeptos em todo mo mundo.
O fundador do movimento, o italiano Carlo Petrini, afirma que "estamos vivendo tempos muito difíceis" e que "é necessário redefinir todo o sistema atual, baseado no consumo". Afirma que "o bom, o limpo e o justo são os três adjetivos que definem em modo elementar as características que deve ter um alimento hoje".
Carlo Petrini é o criador da rede Terra Madre, do movimento Slow Food – "uma aliança planetária por um melhor sistema do alimento, mais humano e sustentável: um sujeito novo, que conjuga ética e prazer, política e beleza". As comunidades da rede Terra Madre – agricultores e cidadãos do Norte e do Sul do mundo – produzem e consomem alimento sem superexplorar os recursos, mantêm viva a sua própria cultura alimentar, usam energias renováveis, combatem o desperdício e se empenham em comportamentos virtuosos nos seus próprios territórios.
A radical re-educação alimentar, com um menor consumo de carne e uma redução dos desperdícios, associadas a novas fontes renováveis de energia, podem dar uma chance ao mundo. É o que pensam Carlo Petrini e Jeremy Rifkin num memorárel diálogo.
Petrini comenta acerca da revolução verde sob hegemonia da indústria: "O verdadeiro problema é que, de um lado, há uma visão centralizada da agricultura, feita de monoculturas e criações intensivas altamente insustentáveis, e, de outro, foi completamente rejeitada a lógica holística, que deveria ser inata à agricultura, para se unir a lógicas mecanicistas e reducionistas. Uma visão mecanicista acaba reduzindo o valor dos alimentos a uma mera commodity, uma simples mercadoria. É por isso que, no que se refere aos alimentos, já quase perdemos a percepção da diferença entre valor e preço: todos prestamos muita atenção a quanto ele custa, mas não mais ao seu significado profundo. Além disso, com esse sistema, reduzimos os agricultores em todos os cantos do mundo ao desespero. Não se pode seguir em frente desse modo. É preciso mudar de paradigma".
"É interessante o que você diz Carlo (...) – dialoga Rifkin – "nós produzimos o nosso alimento em um sistema energético muito centralizado, com uma grandíssima dissipação de energias fósseis. Essas energias são concentradas e distribuídas do centro para a periferia. A sua exploração pressupõe uma alta intensidade de capitais, que determina uma organização verticalista. Vivemos em um regime energético dentre os mais patriarcalistas e centralizadores da história. Você tem razão, a agricultura, por sua natureza, não é centralizada. Ao invés disso, buscou-se transformá-la para torná-la compatível com esse regime energético: criou-se a 'agroindústria', e a divorciamos completamente da natureza, quase como se o meio ambiente fosse o inimigo".
O slow food está entre as iniciativas que questionam a idéia do progresso ilimitado e linear, assentada sobre uma visão ilimitada dos recursos naturais. "A situação impõe bem mais do que uma simples mudança de rota: impõe uma radical mudança de mentalidade, um pensamento mais complexo, mas humildade e sensos de responsabilidade diante do ambiente, dos ecossistemas, da Terra Mãe. Violar os limites de regeneração da natureza significa agravar a escassez dos recursos", diz Petrini.
Agroecologia
De um lado as grandes corporações do mundo que produzem com agroquímicos e sementes genéticamente modificadas – transgênicas. Do outro lado, o movimento da agroecologia em defesa de uma agricultura saudável, sem agrotóxicos, com respeito à biodiversidade e resgate das tradições dos camponeses. No contexto do slow food, a agroecologia se dissemina nos continentes latino-americano, africano e asiático em contraponto ao agronegócio. 
É na esteira do resgate de uma agricultura que preserve o conhecimento popular e a natureza que surgiram em todo o Brasil as feiras de sementes crioulas e concomitante a elas as jornadas da agroecologia – já em sua nona edição.
Essas iniciativas têm fortalecido o conceito de agroecologia que como explica José Maria Tardin:  "resgata o conhecimento tradicional das populações indígenas e camponesas (...) trazendo de volta a recriação de territórios indígenas e camponeses, de territórios livres no sentido plano, de autonomia tecnológica, de conhecimento, de geração de saberes, de uma nova cultura que contribua para que a humanidade corrija o seu grande desvio, detectado na agricultura do agronegócio, com transgênicos, o monocultivo em larga escala, o problema dos agrotóxicos cada vez mais potentes e ameaçadores à saúde e a natureza. Esse é o campo da mudança mais radical que a agroecologia aponta para o mundo camponês e a sociedade em geral", diz o militante da Via Campesina.
Uma das iniciativas mais interessantes no interior da agroecologia é o resgate das sementes crioulas. "A utilização das sementes crioulas visa exatamente ao resgate e ao aumento na utilização da biodiversidade local frente ao processo da agricultura moderna", afirma o agrônomo do Embrapa, Gilberto Antonio Bevilaqua em entrevista a revista IHU On-Line. Apesar de as sementes crioulas ainda serem pouco utilizadas na agricultura expansiva, elas "possuem grande potencial para o desenvolvimento de novas cultivares adaptadas a sistemas de produção com baixa utilização de insumos e poupadoras de recursos naturais".  "A conservação das sementes crioulas faz parte de uma campanha mundial de soberania dos povos quanto à posse de suas sementes, como estratégia de segurança nacional", afirma o pesquisador.
Ecoblogueiros... Transformar o mundo pela atitude
Vivem sem dinheiro. Sem eletricidade. Sem carro. Reduzem o seu impacto ambiental ao mínimo... e querem transformar o mundo. Podem parecer bichos raros, mas os blogs onde compartilham suas experiências têm milhares de seguidores. Assim são os ecoblogueiros, ou também os The Moneyless Man, como o nome diz, são aqueles que optam em viver de forma simples, sem dinheiro e se transformam em ativistas em defesa ao meio ambiente.
O que une os blogueiros é a luta contra a mudança climática mediante uma vida extrema. E sua forma de narrá-la.
Um dos pioneiros em renunciar ao luxo ocidental e narrá-lo na internet foi, em 2006, Colin Beavan, um escritor nova-iorquino que hoje é conhecido como No Impact Man. Durante 365 dias, junto com sua mulher e a pequena Isabella, reduziu ao mínimo o seu impacto. Dispensaram a eletricidade (lavadora, televisão, elevador) e passaram a usar velas. Nada de andar de metrô ou de ônibus: caminhar! Comer só produtos produzidos a menos de 250 quilômetros. A revista Time incluiu o blog no topo de 15 sítios ecologistas. Beavan publicou um livro (em papel reciclado).
Inspirado nele, um homem do outro lado do Atlântico o imita inclusive no nome: Low Impact Man ("o homem de baixo impacto"). Steven Vromman (Gante, 1961), assessor ambiental, se deu conta de que "explicava aos outros como salvar o planeta, mas não o aplicava". Pensou em Adam e Marieke, seus filhos; no mundo que iria deixar para eles. "Me perguntei: e se eu fizer todo o possível para não poluir?". Renunciou ao carro (viaja em sua bicicleta dobrável) e à calefação. Mesmo que tenha isolado seu loft, no inverno a temperatura não passa dos 15 graus. "Basta colocar mais roupa. Teria sido pior na Rússia!", argumenta. Para a água, recolhe a chuva com um tambor debaixo de seu telhado. Toma banho em uma bacia. Assim gasta 14 litros de água por dia, a décima parte que qualquer belga.
Estes ecoblogueiros acreditam que é possível mudar as coisas. Não parece uma moda passageira. Um deles afirma: "As pessoas necessitam de exemplos a seguir. Virá o dia em que o que fazemos hoje será tão normal que ninguém mais vai prestar atenção em nós".
'Viver Bem'. Uma concepção diferente de vida
Na luta contra a destruição do planeta e no debate sobre como preservar o que resta, redescobrimos os povos indígenas. Hoje realizamos dezenas de campanhas – como as analisadas aqui – para motivar as pessoas a consumirem menos e colocarem menos pressão sobre os recursos naturais. Os povos indígenas não precisam nada disso. Os povos indígenas nos ensinam que o conceito de sustentabilidade está vinculado a outra lógica, ao não crescimento, ao respeito e preservação da biodiversidade.
Nos últimos anos, diversos países latino-americanos, como Equador e Bolívia, vem incorporando nas suas constituições, o conceito do bem-viver, que nas línguas dos povos originários soa como Sumak Kawsay (quíchua), Suma Qamaña (aimará), Teko Porã (guarani). Para alguns sociólogos e pesquisadores temos aí uma das grandes novidades no início do século XXI.
Redescobre-se agora um conceito milenar: O 'Viver Bem'. "A expressão Viver Bem, própria dos povos indígenas da Bolívia, significa, em primeiro lugar 'viver bem entre nós'. Trata-se de uma convivência comunitária intercultural e sem assimetrias de poder (...) É um modo de viver sendo e sentindo-se parte da comunidade, com sua proteção e em harmonia com a natureza (...) diferenciando-se do 'viver melhor' ocidental, que é individualista e que se faz geralmente a expensas dos outros e, além disso, em contraponto à natureza", escreve Isabel Rauber, pensadora latino-americana, estudiosa dos processos de construção do poder popular em indo-afro-latinoamérica.
De acordo com David Choquehuanca, o Viver Bem é um processo que está apenas começando e que pouco a pouco irá se massificando:  "Para os que pertencem à cultura da vida, o mais importante não é o dinheiro nem o ouro, nem o ser humano, porque ele está em último lugar. O mais importante são os rios, o ar, as montanhas, as estrelas, as formigas, as borboletas (...) O ser humano está em último lugar, para nós o mais importante é a vida".
Fernando Huanacuni, uma das principais referências intelectuais dos aymara na Bolívia, sustenta que a base do processo de mudança no país está na retomada de culturas originárias. "Quando falamos de comunidade, não falamos só de humanos. Comunidade é tudo: animais, plantas, pedras", diz ele.
O indígena não critica apenas o utilitarismo do capitalismo, mas critica também o utilitarismo do marxismo: "O marxista quer, tem somente um pensamento material. Nós preferimos não explorar porque é importante para o equilíbrio da vida. Mas o marxista não pensa assim. Para mudar o sentido de um rio, o marxista vai colocar tratores e pronto. O indígena vai dizer 'não, calma, espera, vamos pedir permissão para os nossos ancestrais e vejamos se é bom'. O marxista vai dizer 'claro que é bom, aqui vamos produzir'. Ele não vê importância no espiritual, não o sente. Por isso ainda não está entendendo". O "nosso modelo não é comunista, mas comunitário'', diz ele.
O líder yanomami Davi Kopenawa diz que "o homem branco stá enlouquecido com a terra, sempre quer tirar mais e mais para que a cidade cresça. Só pensa no solo: petróleo, ouro, minerais, estradas, carros, trens".  Interpela o líder indígena: "Vocês falam em resgate: cortaram a floresta e, agora, para resgatar é difícil e já está tarde. Tem de resgatar antes de destruir. O homem da cidade não gosta da natureza, dos animais, das árvores. Ele só gosta de derrubar e fazer plantação de capim. Quem come capim? O boi. O homem branco é capitalista, pensa só no dinheiro e em derrubar as árvores, matar animais", diz ele.
O Bem-Viver nos convida a "sair da dicotomia entre ser humano e natureza", diz Katu Arkonada, pesquisador e analista do Centro de Estudos Aplicados aos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – Ceadesc, da Bolívia. Ou seja: "despertar para uma consciência de que somos filhos da Mãe Terra, da Pachamama, e tomar consciência de que somos parte dela, de que dela viemos e com ela nos complementamos". É um estilo de vida que nos ensina "não a viver melhor, mas sim a viver bem com menos", resume.
Resistência aos megaprojetos
Do conjunto de iniciativas que se somam à luta por uma sociedade sustentável – aquela que satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras – e na esteira das campanhas 10:10:10, Tempo para a Criação e 350.org destaca-se a resistência aos megaprojetos que agridem o meio ambiente como as lutas dos povos amazônicos, indígenas, ribeirinhos, pequenos agricultores, seringueiros, pescadores contra hidrelétricas que estão em fase de construção ou anunciadas nos rios Madeira, Xingu, Tapajós, Teles Pires.
Esses projetos são economicamente, socialmente e ambientalmente devastadores e claramente favorecem grandes grupos exportadores de commodities. O Brasil em vez de assumir a vanguarda no processo de descarbonização da economia investe em matrizes superadas – grandes hidrelétricas como as do Rio Madeira e de Belo Monte. Essas grandes obras implicam em grandes inundações de terras, em significativos deslocamentos de pessoas e em devastação ambiental gigantescas. Essa é também a lógica subjacente aos agrocombustíveis – que pressionam o bioma amazonico – e utilizam grandes extensões de terra, produção em larga escala, avançando sobre terras agricultáveis e voltadas para suprir preferencialmente o mercado externo.
A novidade que essas lutas anunciam e que não se colocava com força na conjuntura da década de 80, é que qualquer projeto radicalmente alternativo de sociedade não pode desconsiderar a questão ecológica. A questão ambiental revela-se um tema cada vez mais central. Emerge com intensidade crescente a consciência de que há uma relação vital entre a saga da vida, em especial, da vida humana na Terra e a própria sobrevivência do Planeta. 
No Brasil infelizmente a temática ambiental ficou relegada e subordinada à agenda econômica. Pior ainda, a uma agenda dependente de um padrão de desenvolvimento fordista. Embora a questão ecológica esteja no centro da crise civilizacional e diga respeito ao futuro da humanidade – a de que fazemos parte de uma comunidade humana que tem um destino comum, poucos levam a sério as advertências de que avançamos o sinal e de que se faz necessário um pacto urgente e uma radical moratória de não agressão ao meio ambiente.
Concluímos esta conjuntura da semana com uma pergunta-convite: o que você pode fazer para contribuir com a campanha em sua casa, em seu bairro ou em sua cidade?
Conjuntura da Semana em frases
Nunca visto
"Sou o mais antigo político brasileiro. Assisti a tudo passar, mas nunca vi um presidente como Lula" – José Sarney, presidente do Senado – Folha de S. Paulo, 22-09-2010.
Comedor de capitalismo
Há dez anos eu passava aqui na porta, as pessoas tremiam de medo. 'Onde vai o comedor de capitalismo?' E exatamente esse comedor de capitalismo deixa a Presidência da República depois de oito anos como o presidente que participou de forma honrosa do momento mais auspicioso do capitalismo mundial" – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República – Rede Brasil Atual, 24-09-2010.
Chique
"Não tem uma revista estrangeira que não tenha capa elogiando a economia, a agricultura e o governo brasileiro" – presidente Lula - Folha de S. Paulo, 22-09-2010.
"Seja francesa, inglesa, italiana, alemã. Eu não entendo nada do que está escrito. É só palavra chique e eu acho bonito. Agora, daqui eu entendo tudo e percebo como tem às vezes má-fé" – presidente Lula - Folha de S. Paulo, 22-09-2010.
Continuísmo
"Não é lulismo, é continuísmo onde está bem. No Executivo, o eleitor não quer arriscar. No caso do Congresso, não há petismo, há governismo" — Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope – O Globo, 28-09-2010.
Dez famílias
"A verdade é que nós temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação do País. A verdade é essa. A verdade é que você viaja pelo Brasil e você tem duas ou três famílias que são donas dos canais de televisão. E os mesmos são donos das rádios e os mesmos são donos dos jornais" – presidente LulaO Estado de S. Paulo, 24-09-2010.
Casa grande
"É, de fato, muito difícil para a casa grande, particularmente para seus áulicos, admitir que a senzala se moveu e que não se sabe onde isso pode parar. Isso explica a raiva destilada em tantos textos de iluminados e donos da verdade..." –  Gilberto Carvalho, chefe de gabinete da Presidência da República – Folha de S. Paulo, 26-09-2010.
Terceira via
"Sou a terceira via que o eleitor está buscando. O eleitor compreendeu que a Dilma e o Serra são muito parecidos, que as alianças que eles têm são mais do mesmo. Há uma repetição quase neurótica do discurso político, sem nada de novo" – Marina Silva, candidata à presidência da República – PV – O Globo, 26-09-2010.
Costas
"Político sem mandato, nem vento bate nas costas" – presidente LulaO Globo, 26-09-2010.
Sala ao lado
'A corrupção bateu na sala ao lado [de Dilma]. Ou você é conivente ou você é incompetente. Você vai ter que escolher muita gente. Você vai escolher outras "Erenices"?' - Plínio de Arruda Sampaio, candidato à presidência da República – PSOL – Folha de S. Paulo, 27-09-2010.
'Você foge!"
'Marina, em questão fácil você é decidida, em questão difícil você diz: "Plebiscito!". Eu rotulo: você foge!'- Plínio de Arruda Sampaio, candidato à presidência da República – PSOL – Folha de S. Paulo, 27-09-2010.
Alerta final
"José Serra resolveu botar o dedo na ferida: "Quem vai assumir as funções de dona Marisa Letícia no governo se Dilma Rousseff vencer as eleições?" – Tutty Vasques, humorista – O Estado de S. Paulo, 28-09-2010.
Nosso Lar
"E o projeto da Dilma só tem um ponto: o ponto eletrônico. Rarará! E insiste naquele modelo branco "Nosso Lar"!"  - José Simão, humorista – Folha de S. Paulo, 28-09-2010.
Meu pai... pai
"Meu pai é tão rebelde que, à vezes, eu me sinto Dorival Jr. orientando Neymar. Com uma diferença: ele pode não me ouvir, mas nunca vai me demitir!" - Plínio de Arruda Sampaio Jr., filho de quem o nome diz, para o deputado Chico Alencar – O Globo, 28-09-2010.
Amor
"Essa é uma declaração de amor. Vi meu marido sofrer e não poderia deixar ele passar por essa humilhação" – Weslian, esposa de Joaquim Roriz, indicada por ele para candidata ao governo do DF, dizendo que "Nossa Senhora e o menino Jesus" vão lhe ajudar a governar – Folha de S. Paulo, 25-09-2010.
"Se ela me convidar, é claro que eu vou para o governo. Mas quem vai governar é ela" – Joaquim Roriz, ao indicar Weslian, sua esposa, como candidata ao governo do DF – Folha de S. Paulo, 25-09-2010.
Voluntária
"Tenho sido olhada como um verdadeiro ser extraterrestre ao expor que espontaneamente, há anos, me ofereço à Justiça Eleitoral para trabalhar como mesária. Os comentários vão do descrédito ao sarcasmo e não escondem a completa incredulidade. O argumento de que não basta criticar, mas é preciso participar, não parece suficiente para conter o espanto generalizado" – Susana Espíndola, jornalista – Zero Hora, 26-09-2010.
Neymar
"Chama a atenção como tantos exigem punir um moleque que foi petulante e desrespeitoso, mas que não cometeu nenhum crime. Muitos que, no dia 3, votarão em candidatos de larga folha de maus serviços prestados ao país" – Juca Kfouri, jornalista – Folha de S. Paulo, 26-09-2010.
Plebiscito
"Com a Marina tudo termina em plebiscito. ""O que você acha do casamento gay?" "Tem que ter plebiscito!" "E o aborto?" "Tem que ter plebiscito." "E as drogas?" "Plebiscito!" Então plebiscito pra saber como tá a maquiagem dela. Pior que tá não fica!"  - José Simão, humorista - Folha de S. Paulo, 24-09-2010.
"Então quem deve ir pro segundo turno é o Plínio! Mas não esquece o agasalho!" - José Simão, humorista - Folha de S. Paulo, 24-09-2010.
Pra não sair de casa
"O Dia Mundial Sem Carro só vai dar certo nas grandes cidades brasileiras quando transformarem a data em feriado nacional. Do jeito que foi ontem, francamente, vão acabar desmoralizando a efeméride" – Tutty Vasques, humorista – O Estado de S. Paulo, 23-09-2010. 
Tuitadas da semana
TelmaMonteiro
#perolas "O Brasil é o país do mundo que produz a energia mais limpa" Lula hoje inaugurando 8 usinas termelétricas a biomassa de cana em SP
emirsader
  
Todo poder tem que ter limites, diz a FSP. E quem impõe limites ao poder da midia privada?
pgraziola
  
O século XX foi aquele que mais investiu efetivamente nas crianças, mas também aquele em que elas mais tempo passaram separadas das famílias
bqeg   
Plinio é o candidato mais bem preparado. Ele nasceu há 10 mil anos atrás e não tem nada nesse mundo que ele não saiba demais.
stefanietelles
  
Hj entrevistei uma senhora de 105 anos que precisa colocar galochas pra enfrentar o esgoto até chegar a latrina, nos fundos de casa.
palmeriodoria
  
A chamada grande imprensa desnudou-se nesta campanha. E, como garante um de seus arautos, toda nudez será castigada.
LeonardoBoff
  
Voto em Marina por sua causa. Mas não podia deixar passar a guerra que a midia comercial move contra o projeto de Lula que é tambem de Marina.
louisevon
  
RT @lukissima Apesar de termos 2 mulheres disputando a presidência da república, o candidato mais feminista é um católico de 80 anos.
leandralima
  
Assistindo à coletiva do Roriz ao vivo na internet. Que minha chefe não me pegue vendo sacanagem no trabalho.
Cardoso
  
eu paro de ler o livro no iPad, marco com a fitinha. abro no iPhone, está marcado onde deixei. Oh Glória!
tuliovianna
  
Genial esta fonte que passou a notícia falsa da morte do Tuma numa sexta à noite! Trollagem do ano!
lulafalcao
  
Tuma morreu, mas passa bem.
MercioGomes
  
Entre os velhos brizolistas, a esperança é de que Dilma tenha se mantido brizolista; ou ao menos darcysista
redebrasilatual
  
#Marina na #CNBB agradece. "Foi um debate, não um embate"
andretrig
  
"Ao direito não basta levantar cerca para as ovelhas.É preciso gradear os lobos" (Min.Ayres Brittto, há pouco, no STF) #FichaLimpa
marcusfaustini
  
O mundo não cabe no twitter mas a vida segue o twitter
revistabula
  
'A guerra é a maneira de Deus ensinar geografia aos americanos.' ( Ambrose Bierce)

Fonte: WWW.ihu.unisinos.br, 29/09/10

 
CÁRITAS DIOCESANA
     CAXIAS DO SUL
 

 

21 de set. de 2010

Escola de Fé, Política e Trabalho 2010 - Sétima etapa

Foi durante o final de semana (18 e 19) véspera do feriado de 20 de setembro que aconteceu no Centro Diocesano de Formação Pastoral a sétima etapa da Escola de Fé, Política e Trabalho (sétima edição). Atividade coordenada pela Cáritas Diocesana de Caxias do Sul com o apoio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

O tema desta etapa foi 'Projetos políticos para o Brasil e o nivelamento programático dos partidos políticos' e contou com a assessoria do professor Dr. César Sanson – CEPAT – Centro de Estudos, Pesquisa e Apoio ao Trabalhador – Curitiba – PR.

A provocação inicial começou com o conhecido poema de Bertoltd Brecht - O Analfabeto Político, onde fomos convidados e refletir sobre a visão que temos hoje sobre a política, principalmente sobre a política partidária e em seguida a reflexão foi sobre o texto do escritor Rubem Alves - Sobre Política e Jardinagem - em que o autor afirma que 'de todas as vocações a política é a mais nobre'  e 'de todas as profissões, a política é a mais vil' onde o autor coloca a necessidade de exercermos o nosso papel de agente político atendendo uma vocação capaz de realizar ações em favor do coletivo e não para atender desejos particulares (o meu jardim) e que a política não pode ser igual para todos, mas capaz de melhorar a condição de vida dos mais necessitados, com  transparência, poder de argumentação e coragem desta forma evitando a corrupção ou minimizando ao máximo a sua presença.

Hoje no Brasil, segundo César Sanson temos basicamente dois partidos fortes (PT e PSDB) que vem monopolizando as eleições nos últimos 15 anos e que pouco os difere em temos programáticos e vários partidos periféricos sem muita consistência ideológica, alguns com alguma força apenas regional. Esta constatação faz com que a democracia ainda muita nova vivida pelo Brasil torne-se apenas uma democracia representativa e que não traz muita perspectiva de mudanças e que só com a participação maior dos movimentos sociais, entidades e organizações fará com que através de uma democracia participativa teremos conquistado uma democracia plena e construiremos a nossa história e atendida de fato às reivindicações da população.

 

A próxima etapa acontece nos dias 16 e 17 de Outubro com dois temas: 'Dignidade humana, bioética e biotecnologia. Atuação frente aos avanços da ciência e a necessidade de respeitar critérios éticos de prioridade à vida' com o assessor professor Dr. José Roque Junges – Unisinos e 'Bíblia: Projeto de uma sociedade sem exclusão' com o assessor professor Dr. Pedro Kramer - Estef

13 de set. de 2010

Participe da coleta de assinaturas!

Pelo direito ao trabalho associado e a uma Economia Solidária!

Cada dia cresce mais a quantidade de pessoas no Brasil que decidem se unir para praticar a Economia Solidária, em contraposição ao atual modelo econômico baseado na competição e na acumulação do capital por poucas corporações.

Estas pessoas encontram, entretanto, enormes dificuldades de viver da Economia Solidária, ainda mais se comparamos às empresas convencionais. Isso acontece por não haver um reconhecimento, do Estado Brasileiro, do direito ao trabalho associado e a formas organizativas baseadas na Economia Solidária.

Um passo fundamental para este reconhecimento é a criação de uma proposta de Lei que cria a Política Nacional de Economia Solidária, além do Sistema e o Fundo Nacionais de Economia Solidária.

Por isso, o Conselho Nacional de Economia Solidária, com participação de representantes de vários setores da sociedade civil e do governo, elaborou esta proposta de Lei.

A sociedade civil tomou a iniciativa, então, de lançar a campanha de coleta de assinaturas para conseguirmos aprovar esta proposta como um Projeto de Lei de Iniciativa Popular.

Precisamos de toda a mobilização possível em cada bairro, comunidade e cidade para conseguirmos a assinatura de 1% do eleitorado brasileiro, o que significa uma meta de aproximadamente um milhão e trezentas mil assinaturas!

Participe da coleta de assinaturas!

Só pode assinar quem é eleitora ou eleitor. E a assinatura só é válida se a pessoa inserir todos os dados: nome completo, endereço, título de eleitor, zona e seção eleitoral, além da assinatura ou impressão digital conforme consta no título de eleitor.

Caso a pessoa não tenha em mãos o título de eleitor, pode escrever a lápis o nome da mãe para que o comitê local resgate no TSE o número do título. A página para conseguir o título de eleitor através do nome da mãe e data de nascimento é a seguinte:

www.tse.gov.br/sadEleicaoConsultaLocal/aplic/consulta/consultaNome.jsp

A meta de assinaturas por estado é de 1% do eleitoral. Para saber qual a meta do seu estado, veja a lista ao final desta página.

Baixe o formulário para imprimir e coletar assinaturas aqui!

Formulário de coleta de assinaturas: www.fbes.org.br/?option=com_docman&task=doc_download&gid=1130

Texto da Proposta de Lei: www.fbes.org.br/?option=com_docman&task=doc_download&gid=1131

Onde entregar

Em Caxias do Sul os formulários podem ser entregues na Cáritas Diocesana, na rua Emílio Ataliba Finger, 685, bairro Colina Sorriso, fone: 54-3211-5032 – Caxias do Sul – RS.

 
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