13/10/2010 | N° 10870
CIDADÃO RGE
Financiando sonhos
Associação formada por atuais e ex-alunos de curso de formação da Diocese de Caxias financia negócios
Na foto: Da esquerda para a direita: Brenda, Mantovani e Fernanda,
integrantes da associação, ajudaram a artesã Liliane a colocar o negócio que já dura um ano e 10 meses no Santa Fé
Caxias do Sul – O que Muhammad Yunnus, Nobel da Paz em 2006, professor de economia e conhecido como o banqueiro dos pobres, Osmar Mantovani, aposentado, Brenda Costa e Fernanda Seibel, advogadas, e Liliane Viera, artesã e costureira, têm em comum?
O primeiro recebeu a distinção por ser o mentor do microcrédito destinado a pessoas pobres de Bangladesh. Mantovani, Brenda e Fernanda, juntamente com outras 80 pessoas, fazem parte da Associação de Microcrédito Popular e Solidário (Acredisol/RS), que financia pequenos empreendedores em todo o Rio Grande do Sul e já teve beneficiados em Caxias, Nova Prata, Farroupilha, Vacaria e São Leopoldo. E Liliane é uma das oito pessoas beneficiadas com o crédito do "banco" da Acredisol em Caxias.
A associação foi fundada em dezembro de 2007, por atuais e ex-alunos da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho, da Diocese de Caxias. Era uma espécie de tarefa de conclusão do curso, inspirada nas ideias de Yunnus, numa ação para gerar trabalho e renda a pessoas pobres.
– Queríamos fazer algo prático, não assistencialista – justifica Fernanda, atual presidente da associação.
Os associados colaboram com, no mínimo, R$ 5 mensais, depositados em uma conta poupança da associação. Os beneficiários são indicados e acompanhados pelos associados durante o pedido de crédito – que varia de R$ 300 a R$ 800 – e na aplicação do dinheiro. O valor devolvido pelo beneficiário volta para o fundo, ficando disponível a outros microempreendimentos.
É a advogada quem acompanha o crescimento profissional de Liliane. Dona da loja Diuka Mania há um ano e 10 meses, no bairro Santa Fé, Liliane conseguiu comprar máquinas e matéria-prima com dois empréstimos da Acredisol. O primeiro, de R$ 500, foi quitado em 11 vezes. O segundo, de R$ 800, ainda tem cinco parcelas a serem pagas.
– Todo mês eu invisto e vou crescendo as poucos. Consegui comprar retalhos, roupas e linhas para as peças e uma máquina de botão. Também consegui me cadastrar como empreendedora individual e tenho agora CNPJ – comemora a beneficiada.
JULIANA ALMEIDA
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