Na noite, do dia 11 de novembro de 2010, foi realizada a Assembléia da Cáritas da Diocese de Caxias do Sul, contando com a presença do bispo diocesano D. Paulo Moretto; de D. Alessandro Ruffinoni, bispo coadjutor; de Pe. Vital Corbelini, Vigário Geral; de Altair Pozzebon, representando a coordenação da Cáritas Estadual e de vários membros e representantes de entidades da diocese.
Depois de um relato das ações realizadas no período 2001-2010 e de uma prestação de contas, foram apontadas prioridades para a próxima gestão da equipe que irá conduzir a instituição.
A atual Diretoria da Cáritas foi re-eleita, tendo na presidência o Pe. Gilnei Fronza, que conta com uma equipe de trabalho e assessoria multidisciplinar.
Esta equipe continuará por mais dois anos o esforço de ser presença e garantia da dimensão social do cristianismo, em meio aos mais empobrecidos e nas situações em que urge a solidariedade. Também levará adiante todas as ações que fazem parte de sua missão, primando pelo trabalho em equipe.
************
HISTÓRICO DA CÁRITAS DIOCESANA DE CAXIAS DO SUL - RS
O que é a Cáritas Brasileira?
A Cáritas Brasileira foi fundada em 1956 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por ocasião de sua 3ª Assembléia, em Serra Negra, São Paulo, com a finalidade de articular, em plano nacional, todas as obras sócias católicas e coordenar o Programa de Alimentos doados pelo governo norte americano, através da CNBB. Dom Hélder Câmara presidia essa Assembléia. A Cáritas ficou, inicialmente, ligada ao Secretariado Nacional de Ação Social da CNBB.
É importante destacar, para entender o papel inicial da Cáritas, que sua criação se deu ainda num contexto em que o serviço social era visto como um amenizador das chagas sociais do capitalismo.
Nos primeiros anos, então, a Cáritas se ocupou integralmente na tarefa de coordenar e administrar o Programa de Alimentos da Catholic Relief Services (CRS), nome dado à Cáritas Americana. Tanto isso é verdade que nos seus primeiros Encontros Regionais, a Cáritas do RGS destinava cerca de de 90% de seu tempo para avaliar esse programa, inicialmente chamado de “Alimentos para a Paz” e, posteriormente, de “Alimentos para o Desenvolvimento”. Para se ter uma idéia da amplitude desse Programa, basta dizer que em nosso regional, que abrangia os estados do RGS e Santa Catarina, distribuía entre 2 a 3 milhões de quilos/ano (mais de cem mil volumes) de alimentos (trigo, farinha de trigo, farinha de milho, aveia, leite em pó, queijo, chocolates entre outros) e possuía uma agência própria de transportes denominada de “Agência de Transporte Cáritas Sul 3”. Porém, a maior parte da mercadoria era transportada via férrea.
Antes da fundação da Cáritas, as primeiras remessas de alimentos, que chegaram ao Brasil em 1954, foram distribuídas pela Fundação Leão XIII do Rio de Janeiro e pela Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).
Este programa de distribuição de alimentos desenvolveu-se dentro da concepção de “Desenvolvimento da Comunidade”, que trazia em seu bojo uma visão de harmonia e equilíbrio da sociedade, onde a comunidade era o centro, o conflito e a dialética eram vistos como causa dos problemas sociais. Em conseqüência, para resolver os problemas, era suficiente adaptar os indivíduos à sociedade. Essa concepção marcou a Cáritas sobretudo até os anos 60.
Em vista de maior operacionalidade, a Cáritas Brasileira criou 10 Escritórios Regionais, entre os quais o de Porto Alegre, que, até dezembro de 1973, abrangeu também o Estado de Santa Catarina. O cônego Paulo Izidoro de Nadal, fundador do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese, deu início, também, às atividades da Cáritas Brasileira no RGS no ano de 1961. A partir de então as duas instituições conviveram na mesma sede.
Com a criação do Regional Sul IV da CNBB em Florianópolis, Porto Alegre deixou de atender oficialmente as Cáritas Diocesanas daquele Estado, embora tenha continuado a prestar seu apoio e assessoria.
Em 1966, a Cáritas Brasileira desligou-se oficialmente do Secretariado Nacional da Ação Social da CNBB, constituindo-se em entidade jurídica autônoma, porém, vinculada filosófica e doutrinalmente à CNBB. Nessa época, já eram 184 as Cáritas Diocesanas e 5.000 as obras sociais filiadas à Cáritas Brasileira.
Criada em 12 de novembro de 1956, a Cáritas brasileira é um organismo da CNBB. Integra, também, a rede Cáritas Internationalis, com sede em Roma.
Atua numa perspectiva ecumênica, estabelecendo parcerias com organismos nacionais e internacionais pelo resgate dos direitos humanos.
Inspiração: A Cáritas inspira-se nas ações de Jesus Cristo pela humanidade, lutando contra toda forma de opressão, injustiça, violência e discriminação, promovendo a cidadania e o resgate da dignidade dos excluídos e trabalhando por um mundo mais solidário.
Missão: Promover e animar o serviço da solidariedade ecumênica libertadora, participar a da defesa da vida, da organização popular e da construção de um projeto de sociedade a partir dos excluídos e excluídas, contribuindo para a conquista da cidadania plena para todas as pessoas, a caminho do Reino de Deus.
A Cáritas é um organismo de pastoral social e de assistência social da CNBB, criado em 1956. A Cáritas faz parte de uma rede mundial que atua em 198 países. No Brasil, sua atuação acontece de maneira descentralizada em nove regiões. Trata-se de uma rede de pessoas solidárias que trabalham de forma organizada junto aos empobrecidos, motivados pela mística cristã.
No Rio Grande do Sul, o regional da Cáritas foi criado em 1961 e está organizado em 13 das 17 dioceses.
Dupla identidade: organismo da CNBB e entidade de assistência social (prestadora de serviços).
Em 01 de junho de 1949 é criada em Caxias a entidade chamada Ação de Recuperação Social, sendo que mais tarde, no dia 20 de setembro de 1967 é realizada uma alteração estatutária desta instituição que passou a se chamar “Cáritas Diocesana da Diocese de Caxias do Sul”. Hoje a sede é no Centro Diocesano de Formação Pastoral.
Durante este tempo muitas ações foram realizadas em favor da assistência e da promoção humana, assim como muitas pessoas deram a vida para que as intenções se tornassem realidade.
Em 2001 a coordenação Diocesana de Pastoral começou a refletir na possibilidade de reorganizar e rearticular a Cáritas na Diocese.
Ainda no mesmo ano de 2001, foi articulada uma equipe para ajudar a pensar esta ação. Sempre em conjunto com a Coordenação Diocesana de Pastoral e a partir de outras reflexões realizadas, assumiu para 2002 alguns passos iniciais e estratégicos que nasceram de um primeiro olhar sobre a realidade e que definirão a identidade e o itinerário da Cáritas na Diocese:
1. Mobilizações populares e políticas públicas;
2. Acompanhamento a projetos alternativos e organização de grupos novos;
3. Reorganização da Cáritas Diocesana;
4. Formação de agentes;
Como marca da reorganização da Cáritas na Diocese de Caxias do Sul, assumimos o compromisso de priorizar entre a realidade dos desempregados a formação para a cidadania dos recicladores de lixo reciclável que estão organizados em projetos de geração de trabalho e renda.
Em 2002 salienta-se, de modo especial, a priorização da formação e elaboração de materiais, através do estudo do Doc. n. 67, Semana Social, mobilizações contra a ALCA, o Fórum Social Mundial e o mutirão para superação da miséria e da fome que está sendo proposto pela CNBB.
Participação no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher;
Participação da Semana Inter-Americana da Água. Parceiros envolvidos: Prefeitura, escolas, paróquias e pastorais sociais.
Projeto contra o Tráfico de seres humanos e contra a legalização da prostituição, em conjunto com a Pastoral da Dignidade da Mulher e de outras Pastorais Sociais.
Participação no processo de reflexão e organização em Segurança Alimentar em Caxias do Sul, através da elaboração do regimento interno do CONSEA e participação na coordenação de dois mandatos eletivos na pessoa de João Dorlan da Silva.
A Coordenação Diocesana de Cáritas, em conjunto com a Coordenação Diocesana de Pastoral da Diocese, assume reafirmar para 2003 alguns passos iniciados em 2002, que nasceram de um primeiro olhar sobre a realidade e que estão determinando a identidade e o itinerário da Cáritas na Diocese:
1. Mobilizações populares e políticas públicas;
2. Acompanhamento a projetos alternativos e organização de grupos novos;
3. Reorganização da Cáritas Diocesana;
4. Formação de agentes;
Ações:
O mutirão continua o processo de organização e formação
O acompanhamento a algumas associações de recicladores, através do Projeto de Formação
A criação do Fundo Diocesano Cáritas e de uma equipe
O Projeto volta aos estudos
O Projeto de Alfabetização
O Projeto Salve a Água
O Projeto “Recicladores a serviço da Comunidade”
Uma pessoa para organizar o histórico e documentação da Cáritas
Além da continuidade aos projetos iniciados prioriza para 2010-2012:
- A Escola de Formação Fé, Política e Trabalho em parceria com o Instituto Humanitas – Unisinos. Além da participação no curso do Centro Nacional de Fé e Política D. Helder Câmara, em Brasília;
- O acompanhamento e monitoramento às associações de recicladores;
- Fundo Diocesano Cáritas, que aprovou recursos para mais de 120 projetos de 2003 até 2010;
- A revitalização das pastorais e forças sociais;
- Atenção às situações de emergências naturais e sociais;
- Feira de economia solidária – ECOSOLIDÁRIA;
- Análise sobre o Mapeamento dos Empreendimentos de Economia Solidária da região da Serra, em parceria com a UNISINOS, onde foram visitados mais de duzentos grupos;
- A viabilização e implementação da ACREDISOL (Associação de Microcrédito Popular e Solidário);
- A atuação junto ao Centro de Estudos, Pesquisa e Direitos Humanos.
