27 de nov. de 2013

O segundo dia da 40ª Assembleia Estadual da Cáritas

O segundo dia da 40ª Assembleia Estadual da Cáritas RS começou com alguns encaminhamentos sobre o trabalho da Entidade, no Estado. Neste dia também, as Cáritas farão o planejamento das ações para o ano de 2014 e elegerão os conselheiros e bispo referencial para os próximos quatro anos.

Debates sobre o tema fome e pobreza marcam o 1º dia de assembleia

O primeiro dia da 40º assembleia estadual da Cáritas Regional Rio Grande do Sul, que está ocorrendo em Santo Ângelo/RS, foi marcado pelos debates sobre o tema central do evento “Por um mundo sem fome e sem pobreza”. Motivados pela oração e pela abertura oficial, os cerca de 60 agentes que estão participando da atividade, debateram e partilharam experiências sobre a superação da fome e da pobreza.

A Cáritas Diocesana de Santa Cruz, relatou também a experiência, “Banco de sementes crioulas – Sementes da solidariedade” que ganhou o terceiro lugar do Prêmio Odair Firmino de Solidariedade. O Banco de sementes, tem como objetivo cultivar e guardar as sementes crioulas, que são mantidas num banco para que possam ser retiradas e plantadas por agricultores.

       O membro do CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) nacional e do FIAN (Rede de Ação e Informação “Alimentação primeiro” internacional, Irio Conti, abriu os trabalhos trazendo alguns dados sobre a fome no mundo. Segundo ele, 870 milhões de pessoas passam fome no mundo. Na América Latina, são 62 milhões. Sobre a pobreza, no Brasil, 25,3% ou 48 milhões d pessoas vivem na  pobreza e 8,8% ou 16,2 milhões na extrema pobreza. “A fome e a pobreza no Brasil, tem problemas estruturais que começam com a grande desigualdade que existe em nosso país. A proporção de superação das desigualdades, foi onde o Brasil menos avançou. Ter um país que ainda está em terceiro lugar em desigualdade, no mundo, significa que temos um desafio enorme na superação da pobreza”.



Irio também citou a transferência de renda, como outro problema estrutural. Ainda que haja iniciativas por parte dos governos, mas é insuficiente se for feita apenas para os mais pobres, entre os pobres. “Deveríamos erradicar muito mais essa transferência, no sentido de transformá-la em uma renda básica, ou seja, a renda básica que possibilitasse que todas as pessoas, pudessem ter uma vida digna”.
Sobre os desafios para que as organizações como a Cáritas, possam contribuir para o fim da fome e da pobreza no Brasil, ele reforçou alguns pontos. “Fome e pobreza são indissociáveis. O alimento é a necessidade mais básica do ser humano. É um direito das pessoas. Por isso, a Cáritas está dando um passo muito importante em trazer novamente esse assunto para a igreja e para a sociedade, pois esse não é um tema superado, ele existe e precisa ser discutido”.
Segundo ele, ainda, dentro da área das políticas públicas, se chegou à uma falsa ideia que a pobreza extrema chegou ao fim. “A campanha internacional da Cáritas mostra que isso não é real, a pobreza não chegou ao fim e inclusive ela possuí novas faces, novos rostos. O desafio da Cáritas está em identificar esses novos rostos e manifestações do que ela é, de acordo com as diferentes realidades culturais e sociais e dizer para a igreja e para a sociedade que essa problemática existe e clama por solução”, concluiu.
Ainda no final do primeiro dia, a secretária da Cáritas Brasileira, Maria Cristina dos Anjos, lembrou dos encaminhamentos da campanha internacional da Cáritas “Uma família mais humana – Alimentos para todos” que será lançada no dia 10 de dezembro. “No Brasil, o nome da campanha será “Família humana – pão e justiça para todas as pessoas”. Ela faz parte de um plano estratégico da Cáritas Internacional que defende que todas as pessoas tenham acesso aos alimentos de qualidade, em quantidade suficiente. Muito ligada a soberania alimentar, ela quer gerar a sensibilidade sobre o tema e mobilizar o povo brasileiro para o dialogo e para a mudança efetiva”.
Cáritas Diocesanas apresentas experiências de superação da fome e da pobreza

Como parte dos debates, as Cáritas Arquidiocesanas de Passo Fundo, Santa Maria apresentaram duas experiências de superação da fome e da pobreza.
O projeto “Catando Cidadania”, realizado pela Cáritas de Santa Maria, trabalha com mulheres e crianças, realizando diversas oficinas e artesanato. As crianças que estudam, no turno inverso às aulas, participam de aulas de reforço escolar, oficinas e diversas atividades. Também, é oferecido almoço e anches com produtos fornecidos pelo PAA e outros programas. Parte desses alimentos é distribuído para as famílias dessas crianças.
Em Passo Fundo, a Cáritas atua na garantia de direitos na segurança alimentar, nutricional e sustentável. O trabalho iniciou em 1962, com os “Alimentos para a paz” e continua até hoje com oficinas culinárias de multiplicadores, trabalho voltado a educação nutricional, entre outros.



"Por um mundo sem fome e sem pobreza".


Cerca de 70 agentes de Cáritas estão participando da 40 Assembleia Estadual que está ocorrendo em Santo Ângelo/RS. A atividade que acontece até amanhã está debatendo o tema "Por um mundo sem fome e sem pobreza".

Cáritas RS realiza 40ª Assembleia Estadual em Santo Ângelo

         Com o tema “Por um mundo sem fome e sem pobreza” a cidade de Santo Ângelo/RS está acolhendo os cerca de 70 agentes das 12 Cáritas Diocesanas Arquidiocesanas organizadas no Rio Grande do Sul, para a 40ª Assembleia Estadual da entidade que acontece nos dias 25 e 26 de novembro.
A atividade que ocorre a cada dois anos é um momento de avaliação das atividades, estudo e  projeção dos próximos dois, que fecham o plano quadrienal de atividades da Cáritas Brasileira. A secretária Regional da Cáritas RS, Marinês Besson, explica que o tema escolhido para o debate que ocorre no primeiro dia de assembleia, está relacionado com a campanha da Caritas Internacional “Uma família humana sem fome sem pobreza”, assumida por toda a Rede Cáritas.
“Além do debate sobre essa temática que está diretamente ligada a nossa ação, vamos partilhar algumas experiências realizadas nas diferentes regiões do estado, no sentido da superação da fome e da pobreza. A Cáritas é uma organizações que possuí belos exemplos de como superar esse problema tão crescente no mundo. Não tratamos esse tema da fome só pelo viés da produção de alimentos,  mas num sentido mais amplo que envolve muitas outras questões como acesso a politicas públicas entre outras”, destacou. Ela ainda completou dizendo que quando se fala em pobreza, não se fala somente em ter ou não recursos financeiros e sim, de ter dignidade que é um direito de todos.
A programação dos dois dias de Assembleia contemplará também, a assessoria do Bispo referencial da Cáritas RS, Dom Canísio Klaus, que irá falar sobre o Ensino Social da Igreja e Diretrizes da Ação Evangelizadora no Brasil. Além dos debates, o momento será de eleição para o conselho e do bispo referencial para os próximos quatro anos e a celebração da caminhada da Cáritas. “As assembleias sempre são um momento de encontro e partilha entre os agentes. Olhamos para as atividades já realizadas e alinhamos as que estão por vir. Mas também, é um momento de celebração e confraternização pelo ano que passou”, finalizou Marinês.
Participam pela Diocese de Caxias do Sul, Pe. Adilson Zílio – presidente da Cáritas Diocesana, Juliano Cechinato - Tesoureiro, Ir Antônia Brustolin - secretária executiva e Solange Guerra representando a Escola Fé Política e Trabalho.